Aprovada proposta que amplia a fiscalização contra remédio pirata
Agência Senado
14/06
Proposta, do senador Humberto Costa, prevê que a Vigilância Sanitária, as polícias e a Receita Federal trabalhem de maneira articulada na repressão à pirataria de cigarros, cosméticos e alimentos
A Comissão de Assuntos Sociais aprovou ontem, dia 13 de junho, em decisão terminativa (sem necessidade de passar pelo Plenário), o projeto que cria a Política Nacional de Combate à Pirataria de Produtos Submetidos à Vigilância Sanitária. A iniciativa fortalece o combate à falsificação de remédios, alimentos, cosméticos e cigarros, por exemplo. O autor do projeto (PLS 162/11), Humberto Costa (PT-PE), manifestou preocupação especial com a pirataria de medicamentos, segundo o parlamentar, um fenômeno antigo que vem crescendo por causa da procura por remédios contra disfunção erétil e obesidade.
Para o senador, a situação precisa ser enfrentada com urgência, pois “oferece grave risco sanitário para a população, já que, diferentemente de outros produtos, medicamentos falsificados são potencialmente letais”. Humberto Costa destacou ações já implementadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para identificação de fábricas clandestinas, destruição de produtos piratas e interdição de pontos de venda dos produtos. A apreensão de produtos falsificados é feita tanto pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária como pelas polícias Federal, Rodoviária e Civil, além da Receita Federal. Para o senador, a implementação de uma política nacional possibilitará a articulação do trabalho desses órgãos, de forma a sistematizar as informações, dando maior eficiência ao combate à pirataria.
Cosméticos
De acordo com o projeto, deve ser reprimida a pirataria de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária, o que inclui fabricação, distribuição e comércio de produtos falsificados, corrompidos, adulterados, sem registro, em desacordo com a fórmula constante do registro, de procedência ignorada ou quando fabricados ou vendidos por empresas não autorizadas. A proposta também modifica a Lei 10.446/02 para incluir “condutas de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais” como crimes passíveis de investigação pela Polícia Federal. Em seu voto favorável, a relatora, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), informou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 25% dos remédios vendidos nos países em desenvolvimento sejam falsificados ou adulterados. No Brasil, esse percentual chegaria a 30%, segundo o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. Sobre a pirataria de cosméticos, Vanessa observa que a produção ilegal ocorre dentro das fronteiras brasileiras, em pequenas fábricas de fundo de quintal. – A produção está mais próxima dos locais de consumo, o que dificulta a interceptação dos produtos — afirmou. Em seu voto, a senadora acatou emenda da redação apresentada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).